Fim de semana... Parte 1
Tirando uma gripe que quase estragou tudo, meu fim de semana foi beleza. Vamos aos fatos?
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Lembram-se do que escrevi semana passada, sobre o lance de agir como criança de vez em quando? Foi o que fiz domingo: assisti a Deu a louca na Chapeuzinho.
Para minha sorte eu não era a única maior de idade na sala, hehe... mesmo havendo uma quantidade considerável de pirralhos, estes se comportaram. Aliás, percebi que as risadas mais altas não eram das crianças. Como eu disse, soltar seu lado "dez anos de idade" de vez em quando não mata.
Voltando ao assunto, o filme é uma animação bem simples, em comparação a outras produções. No início, parece a velha história da Chapeuzinho Vermelho: o Lobo tenta atacar a protagonista, a avó está amarrada no armário e surge um lenhador (sim, lenhador e não caçador, mas isso tem uma razão de ser) que aparentemente será o herói; então, de repente, aparece a polícia (formada por um urso mal humorado, uma cegonha metida a inteligente e um bando de porcos completamente abobalhados) e todo mundo é detido pra prestar depoimento. Quando o capitão urso já declara ser o Lobo o culpado, surge Pirueta, um sapo investigador, que pede para que nada seja feito precipitadamente, pois até num caso como esse seria interessante ouvir todas as versões dos fatos, que não são o que parecem (parece uma dica para jornalistas, hein? Hein? Tá, parei...)
Na verdade a polícia está investigando o caso de um misterioso ladrão de doces, que causou a falência de várias docerias da floresta. E, como a empresa da Vovó (para quem a Chapeuzinho faz as entregas) ainda está funcionando, claro que ela é suspeita de estar querendo monopolizar o ramo de doces. E o seu livro de receitas se tornou alvo da cobiça desse ladrão, que ninguém sabe ainda quem é.
Vamos comentar um pouco sobre as personagens... Chapeuzinho é uma pré-adolescente que deseja uma vida diferente da que leva; ela está cansada de levar a cestinha de doces em sua bicicleta, quer ter mais liberdade, como toda menina nessa idade. O Lobo, apesar da cara de mau, é na verdade um repórter disfarçado, que deseja escrever uma notícia para seu jornal; vive acompanhado de Ligeirinho, um esquilo fotógrafo que fala extremamente rápido. Além disso, ele é bem sarcástico (perguntado se era um lobo, ele responde: "Não, eu sou um poodle, é que eu esqueci de me barbear...") e bastante interessado em desvendar o mistério - para preservar sua imagem, claro.
O lenhador na verdade nem é um lenhador: é um ator cujos sonhos são interpretar um lenhador numa propaganda de pomada (para mãos de lenhadores, vejam só) e ter uma bandinha de música alemã. Ele antes vendia doces, mas com o ataque do misterioso ladrão teve que procurar outra função. É um homem forte e intensamente pateta, mas de bom coração. Coitado, né, entrou de gaiato nessa história. Por sua vez, a Vovó é o oposto do que parece ser. Em vez de ficar em casa vendo novela e tricotando, a Vovó pratica esportes radicais, na água, no gelo e no ar. Obviamente ninguém, nem mesmo a Chapeuzinho, desconfia dessa vida dupla. E a Vovó é boa também em lutas, quando diz Banzai!... os bandidos têm mais é que fugir...
No final, descobre-se a verdade sobre o bandido dos doces, que na verdade é um personagem bem bonitinho e fofinho... mas que no fundo é beeeeem malvado. Pra fechar essa análise, algumas das melhores partes do filme:
- Atenção na cena da Chapeuzinho cantando: de repente surge um bando de castores (ou ouriços, não reparei direito) em cima de uma árvore vestidos e requebrando a la... Village People!!! (Hey, hey, hey! Macho, macho man... lembraram?) O índio, o motoqueiro... direitinho!
- Pirueta perguntando pra Chapeuzinho:
- Por que chamam você de Chapeuzinho Vermelho?
- Porque eu uso capuz.
- E quando você não está usando capuz?
- Eu sempre uso.
- A tatuagem (isso mesmo!) na nuca da Vovó: um GGG, parodiando o XXX do personagem de Vin Diesel no filme Triplo X (em que o protagonista fazia esportes radicais que nem a Vovó).
- A última cena musical em que "vermelho vira azul" (lembrando que blue quer dizer também triste em inglês), em que todos os objetos se tornam azulados, reforçando o tom melancólico da cena.
- E finalmente... o bode da montanha. É o personagem mais "mala sem alça" e o mais hilário, ainda mais cantando; pra terminar, vai a letra da canção (se bem que ver ele cantarolar sem parar é bem melhor!). Quando Chapeuzinho pergunta por que ele não pára de cantar, ele responde...
EU NÃO CONSIGO, BEM QUE GOSTARIA
UMA BRUXA DA MONTANHA ME ENFEITIÇOU 37 ANOS ATRÁS
E SE EU QUISER FALAR, TENHO QUE CANTAR
FALEI? FALEI? FALEI? FALEI? FALEI? FALEI? FALEI? FALEI? FALEI? FALEI? FALEI? FALEI? FALOU!
VOCÊ VEIO AO BODE CERTO!
FOI HÁ TRINTA E SETE ANOS, UM FEITIÇO CAIU EM MIM
AGORA QUANDO EU FALO TENHO QUE CANTAR ASSIM
PRA VIVER CANTANDO, PRECISO ME ISOLAR
POR ISSO ESTA CABANA É MEU LAR
QUEM VIVE NA MONTANHA TEM SEMPRE O QUE TEMER
POR ISSO É BOM VOCÊ SE PRECAVER
LA-RI-LEI-LEI-REI-LEI-LEI-REI-LEI-LEI-LEI
LA-RI-LEI-LEI-REI-LEI-LEI-RÁ . BÉE (2X)
TENHO CHIFRES ABRIDORES E PRA CHAVES RECOLHER
TENHO CHIFRES PRA SINTONIZAR A IMAGEM DA TV
TENHO CHIFRES PARA DESTAMPAR, BONITOS DE SE VER
TENHO CHIFRES PARA O QUE VIER, EU SEI ME PRECAVER
PRECAVER, PRECAVER, EU DIGO PRA VOCÊ
É SEMPRE MUITO BOM SE PRECAVER
PRECAVER, PRECAVER, SE NÃO QUER PAGAR PRA VER,
CUIDADO É COISA BOA DE SE TER
LA-RI-LEI-LEI-REI-LEI-LEI-REI-LEI-LEI-LEI
LA-RI-LEI-LEI-REI-LEI-LEI-RÁ
DAG-LING-DAG-LING-DAG-LING-É BOM SE PRECAVER
TEM UMA AVALANCHE VINDO E NÃO DEU PRA PRECAVER
RUGINDO IGUAL LEÃO FEROZ, ASSUSTA PRA VALER
NÃO FOSSE ESSE FEITIÇO EU BERRAVA EM PORTUGUÊS
MAS JÁ QUE É PRA CANTAR, VOU ME ACABAR NO TIROLÊS
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Calma que tem mais comentários sobre o fim de semana...
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