Observando a imprensa
Trecho de mais um artigo do Observatório da Imprensa:
Os cabrestos estão esgarçados
Por Alberto Dines em 2/10/2006
As primeiras interpretações sugeridas pelos apertados resultados eleitorais de domingo (1/10) têm a ver com a mídia: os grotões entraram para o universo mediático. Passaram a fazer parte das audiências, são sensíveis ao noticiário.
Portanto, é possível imaginar que:
** Os grotões não aprovaram a ausência do candidato Lula no debate na TV Globo;
** Os grotões ficaram impressionados com as fotos da dinheirama do dossiê IstoÉ-Vedoin.
** E, apesar da miséria, os grotões diminuem de tamanho. Se não em termos estatísticos, certamente nas suas percepções sobre o que é certo e errado.
Significa que pobres também se preocupam com corrupção, significa que a questão moral não se circunscreve às "elites" e começa a arrombar os currais.
O que Dines quer dizer é que, antes, os grotões, ou seja, as regiões do Brasil distantes, pobres ou esquecidas da mídia, não eram considerados como importantes para certos assuntos, como eleições ou opinião política. Somente agora, quando um governante que se diz "do povo" se encontra em situação crítica - escândalos envolvendo seus auxiliares e mau desempenho nas eleições - é que alguém se lembrou que os grotões brasileiros votaram e acompanharam as notícias sobre a corrupção. Deixaram de ser simplesmente regiões esquecidas para serem componentes importantes no exercício da democracia.
Muito bom isso, mas eu notei uma certa ironia do jornalista ao dizer que a questão moral é exclusiva de elites... não concordo, se ele mesmo notou que os pobres perceberam a situação em que a política se encontra, significa que as classes baixas possuem senso crítico.
Por hoje é só, boa noite...
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home