Oitava Colina

Blog nada a ver, só por distração...

1/15/2008

Frases marcantes de filmes

Todo apaixonado por cinema sabe o que são frases antológicas. São aquelas que marcam um filme para sempre, sejam elas do agrado pessoal de quem as ouve, ou mesmo porque foram feitas especialmente para isso. Vejam o exemplo do filme ET: "ET, casa..." nasceu para ser A FRASE do filme. Em muitos casos, a frase é melhor que o filme todo, mas... vamos para algumas frases que, pelo menos para mim, são marcantes:

- "Feed me.. feed me..." : Pequena loja dos horrores (o original, não aquele musical chato com o Steve Martin), de Roger Corman, apresenta como principal personagem uma planta carnívora sinistra que fala essa frase... o filme é tosco (reza um boato que foi feito em menos de 15 dias), mas a frase assusta meeeeesmo.
- "Oh, capitão, meu capitão" : quem assiste Sociedade dos poetas mortos se emociona do início ao fim, mas as cenas em que essa frase aparecem são inesquecíveis.
- "Meu preciooooooooso..." : ah, vai me dizer que não gostaram dessa frase? Vamos admitir que em 3 partes de mais de 3 horas cada uma, essa é a mais fácil de decorar no Senhor dos anéis...
- "Muito trabalho e pouca diversão fazem de Jack um infeliz" : a frase contém uma verdade real, muito trabalho e pouca diversão trazem infelicidade... mas quando se trata de Jack Torrance do filme O iluminado... o caldo entorna. Embora o livro seja muito mais assustador que o filme - que já é de arrepiar - essa frase, vista em centenas de folhas datilografadas de todas as maneiras, impressiona e prepara o espectador pro pior... o que leva à próxima frase.
- "Here's Johnny!" : a cena mais arrepiante do filme acima citado, e a prova viva de que, em se tratando de personagens loucos/psicopatas/cínicos/desajustados/piradões, Jack Nicholson é a escolha mais que perfeita para esses papéis.
- "Tem que ser muito homem pra andar desse jeito" : uma grosseira Sandra Bullock ao ver um Michael Caine todo afeminado em Miss Simpatia. A atuação de ambos no filme é hilária.
- "Estou arriscando minha vida para salvar pessoas que odeio por razões que desconheço" : uma das várias frases antológicas de Os Simpsons - O filme. Mais que uma frase, uma filosofia.
- "Always look at the bright side of life" : não é apenas uma frase como também o refrão da música que encerra A vida de Brian de maneira um tanto melancólica, depois de você passar o filme todo rindo.
- "THIS IS SPAAAAAAAARRRRRTAAAAAA!!!!!" : precisa comentário???

1/10/2008

O pior filme do mundo - será?

Roteiro? Presente! Elenco? Aqui! Efeitos especiais? Também! Qualidade? Qualidaaaaadeeeee??? Cadê você, minha filha? Não está? Dane-se então, lá vamos nós!!!!
Essa deve ter sido a chamadinha feita no momento em que Plano 9 do Espaço Sideral começou a ser rodado. Tido e havido como o pior filme da face da Terra, é a obra-prima (metaforicamente falando, claro) de Ed Wood, um sujeito que, em nome do cinema de baixo orçamento, esqueceu de coisas essenciais em seus filmes, tipo coesão de roteiro, continuísmo, coerência, etc...
Mas o filme é tão ruim assim, você me pergunta? Até que não, eu respondo. Mas esse é o principal trunfo dele: de tão ruim, é legal. Mesmo vendo defeitos a cada cinco segundos, é impossível usar o botão de avanço do controle remoto, ou ir ver outra coisa melhor - tipo o Titanic, hehehe... Mas vamos aos fatos.
Dizem que o orçamento apertado foi mais vilão que um bando de alienígenas malucos. Tanto que Wood fez o que podia pra ter o mínimo suficiente pra acabar o filme, ao menos. Coisas do tipo deixar que ele e toda a equipe do filme fosse batizada por uma igreja evangélica que topou dar uma financiadinha. Isso sem falar das participações especiais que com certeza foram feitas de grátis. Tipo um dos patrocinadores que faz uma ponta como coveiro, no começo do filme. E, claro, o substituto de Bela Lugosi - o eterno Drácula, aqui em fim de carreira, literalmente falando - por ocasião da morte deste, que nada mais era que o médico de Wood!!! Gambiarra? Nem um pouco...
Defeitos especiais - como a linha que segurava os ovnis de brinquedo aparecendo abertamente - , a mocinha que dava voltas em círculo no mesmo local, cenários baratinhos e toscos, atores atuando mediocremente, diálogos bestas, um narrador risível... tudo isso é só um pouco do muito sofrível que é o filme. Mesmo um cinéfilo que não costuma prestar atenção em detalhes vai ver que a quantidade de furos deixa um queijo com complexo. Mas ainda assim dá pra se divertir um pouco com a história maluca de extraterrestres que querem dominar a terra ressuscitando os mortos - o tal plano 9 - usando eletricidade e são impedidos por um bando de zés-manés. Basicamente o roteiro é esse; o que diverte é fazer uma análise do quanto um filme barato e pobre pode ser tão bom ou até melhor que grandes produções torradoras de grana.

Afunda, Titanic!!!!!

Ah, Titanic... o filme mais visto, mais falado, mais premiado, mais... insuportável da face da Terra. Isso na minha opinião, claro, não duvide que haja um fã-clube tão grande quanto os zilhões de dólares que o James Cameron arrecadou por conta desse filme. Pediram a mim que escrevesse um texto sobre esse assunto, então lá vai...
Primeira vez que ouvi falar sobre o Titanic - o navio, né... - foi no momento em que acharam os restos do naufrágio. Isso lembro direitinho, se não me engano em 1988, numa reportagem do Fantástico (quando este ainda era um programa interessante e com boas reportagens).
Quando foi mesmo que lançaram o filme? Mil novecentos e noventa e alguma coisa, lembro que estudava Letras em Uberaba, ia e voltava de ônibus e, numa passada na praça Rui Barbosa, uma senhora fila no quarteirão do cine São Luís. A turma inteira do busão comentou: ah, é o Titanic! E dá-lhe comentários de "eu vi", "eu não vi", "eu vou ver, vamos?" e parecidos... nessa época não deu pra ver no cinema, e olha que em outro cinema, no Vera Cruz, ficou Titanic em cartaz por uns quase 3 meses...
Fui ver, mesmo, a apresentação do Oscar em que o filme abocanhou praticamente tudo. Claro que isso serviu pra ver o clima de "surpresa" na premiação. Prova disso foi uma Madonna com cara de desdém ao dizer "oh, que coisa..." ao entregar mais uma estatueta ao "Taitanic"...
Aí você me pergunta... "ué, mas você não viu??" Calma, vi sim. Uns 2 ou 3 anos depois um tio meu me emprestou duas fitas de vhs - filme de 3 horas, antes da expansão do dvd, sabe como era - e então vi.
E então vi... que não perdi muita coisa. Até hoje não entendo como um filme xaropento daqueles ganhou tanto prêmio, dinheiro e nome. O casalzinho protagonista chato, uma questão de diferenças sociais pouco aprofundada, a trilha sonora melequenta - e olha que eu gosto da Celine Dion, uma trama que poderia muito bem durar 90 minutos sem perder o contexto... e ainda falam que Plano 9 do Espaço Sideral é o pior filme do mundo!
A única coisa que serviu, na minha humilde opinião, foi para ser um dos poucos exemplos de filme premiado do Oscar campeão de bilheteria - fala sério, quantos filmes indicados a Oscar você já viu, hein? Eu mesma não vi 90 por cento!! De resto, mais um filminho chato, que tende a ser reprisado for ever and ever por Globo, Record e afins.
Falando nisso... uma historinha. Uma das vezes que passou Titanic na Globo, na Tela Quente, eu estava fazendo curso de pós-graduação em Uberlândia e estava dividindo um apartamento com algumas colegas. Nessa noite, impossível dormir: no apartamento de cima, puseram a TV na maior altura e, enquanto Rose e Jack sofriam, as moças - de uma república, imagino - faziam faxina. Imaginem o som de filme, choradeira por conta do filme e... sons de vassoura e balde. Pois é, essa sonoplastia já valeria, pelo menos, uma Framboesa de Ouro...