Oitava Colina

Blog nada a ver, só por distração...

1/17/2007

Analisando um clipe

Na falta do que falar... vou postar aqui um trabalho de Estética, em que avaliei criticamente um clipe musical. Acompanhem o texto...

A modalidade escolhida para análise foi o vídeo clipe Rosenrot (Rosa vermelha), canção que dá nome ao sétimo disco da banda alemã Rammstein. O clipe está disponível na internet pelo site estrangeiro youtube, podendo ser apreciado a qualquer horário e dia da semana.
A banda alemã Rammstein foi formada em janeiro de 1994, mas estreou somente em 1995 com o disco Herzeleid que culminou em discos de ouro e platina, dando à banda o rótulo de n° 1 em exportação de música da Alemanha. As letras são compostas pelos próprios integrantes que se baseiam em fatos reais e na própria cultura alemã para dar conteúdo e veemência às músicas.
A banda é formada pelos guitarristas Richard Z. Krupe e Paul Landers; vocalista Till Lindemam; baterista Cristoph Doom Schneider; baixista Oliver Riedel e pelo tecladista Christian Lorenz. Suas músicas são destinadas a jovens e adultos apreciadores do gênero.
O clipe tem um contexto histórico regional, é baseado na lenda alemã das irmãs Branca de neve e Rosa Vermelha e também no poema do menino e a rosa, de Goethe. A história se passa numa comunidade típica alemã situada na colina, entre os séculos XVIII e XIX. O clipe relata a tragédia amorosa de uma jovem que, ao ser forçada a se casar, resolve seduzir o padre recém chegado na comunidade. Pensando ser sincera as promessas da jovem ele decide acatar suas vontades e extermina toda sua família, inclusive o noivo. Após o crime ela o delata alegando que ele a seduziu. O padre é condenado à fogueira.
As expressões corporais e os planos são perfeitamente focalizados, as cores predominantes são o vermelho e o preto. O vermelho, porém é intenso, pois simboliza a rosa vermelha. Há também muito uso do claro e escuro. O Cenário e o vestuário são perfeitamente adequados à época, meados do século XIX.
O ponto forte do clipe é a adequação do som à imagem, além do envolvimento da literatura na música. Já como ponto fraco destaca o fato de o estilo da banda Rammstein ser pouco difundido em outras culturas, ou melhor, em outros países. As músicas têm conteúdo e difundem a cultura alemã. Isto é o que difere a Rammstein de outras em atividade.
A nossa nota para o vídeo clipe Rosenrot é 10, unânime. O vídeo está perfeito de acordo com o roteiro seguido. A história é passada de forma clara e seu clímax acompanha o refrão. O telespectador vive a história, entra no contexto e não simplesmente aprecia a música, mas o conjunto. A arte em geral.
O que faz uma música ser marcante, na atualidade, é a boa sincronia entre som, imagem e letra. Grande parte das produções musicais, no entanto, não atendem a esse requisito; ou não têm um bom arranjo de letra e música, ou produzem um vídeo clipe sem nexo com a letra.
No caso da música escolhida, percebe-se que a junção de som, imagem e letra foram trabalhadas de tal maneira que toda uma simbologia e mensagem podem ser detectadas. Na música “Rosenrot”, além de tudo isso, há uma interessante ligação entre o rock e a literatura, enriquecendo culturalmente o clipe. A tradução de Rosenrot (Rosa vermelha) é a seguinte:

Uma mulher viu uma pequena rosa
Floresceu ali no alto brilhante
Ela pediu ao seu amor
Se ele a podia ir buscar

Ela quer e assim terá que ser
Assim foi e assim sempre será
Ela quer, esse é o hábito
Ela consegue tudo o que quer

Poços fundos têm que ser escavados
Se alguém quiser água límpida
Rosa Vermelha, oh Rosa Vermelha
As águas profundas não são calmas
(Refrão)

O rapaz sobe a montanha em tormento
A vista para ele é indiferente
Apenas a pequena rosa está em seu pensamento
Ele a trará para o seu amor

Ela quer e assim terá que ser...
(refrão)

Perto das suas botas uma pedra se parte
Não quer estar mais no rochedo
E um grito deixa que todos saibam
Ambos caem em direção ao chão

Ela quer e assim terá que ser...
(refrão)

História do clipe: um grupo de padres chega a uma aldeia alemã situada nas colinas onde está sendo realizada uma festa de casamento. Um deles se encanta pela jovem noiva, que o seduz com um propósito: exterminar seu noivo e sua família. Achando que conseguirá o amor da moça, o padre comete o crime, mas é traído pela jovem, que o delata à aldeia. Preso pelos moradores é condenado à morte na fogueira
Antes de relacionar essa história com a letra é preciso ressaltar que Rosenrot foi inspirada em dois textos: “Branca de Neve e Rosa Vermelha” dos irmãos Grimm, e o poema “O menino e a rosa” de Goethe.
Resumidamente, o conto (que não possui relação com o de Branca de Neve que conhecemos) fala de duas irmãs solidárias, Branca de Neve e Rosa vermelha, que ajudam um urso enfeitiçado e depois descobrem que na verdade é um príncipe. E no final o príncipe casa-se com Rosa Vermelha.
Já o poema de Goethe em resumo, fala de um menino que deseja ter uma rosa, mas a rosa tenta dissuadi-lo ameaçando feri-lo com os espinhos. Ele arranca a rosa do solo e acaba ferido.
Agora a relação entre a letra da música, a história do clipe, o conto de Grimm e o poema de Goethe. Partindo do princípio que o clipe é o mais importante, a interpretação é a seguinte: a rosa vermelha da música, da lenda e do poema são faces da mesma menina do clipe. A diferença é que ela não é tão ingênua quanto a Rosa dos Grimm, mas é traiçoeira como a rosa de Goethe. Ela é a mulher que “consegue tudo o que quer”. Sua aparência inocente se relaciona com a frase do refrão “águas profundas não são calmas”, ou seja, por trás da inocência e serenidade escondia-se a dissimulação, a frieza, a maldade. É uma metáfora da mente humana também, que esconde uma realidade que o rosto disfarça.
A frase “ambos caem em direção ao chão” refere-se, figurativamente, ao padre e à jovem. O padre caiu ao ceder à tentação e cometer um crime, e foi morto. A queda da moça refere-se à máscara que foi ao chão e revelou sua verdadeira identidade.
As metáforas no clipe são sutis, mas extremamente significativas. No início do clipe, é estranho ver um carneiro assando no espeto; estranho porque esse carneiro lembra mais um bode. E o bode, na Idade Média Cristã, era o símbolo do demônio e do mal; é um símbolo de que naquela pacata aldeia montanhesa o mal se esconde e espera uma oportunidade para se manifestar e é o que ocorre.
No decorrer do clipe há o close rápido de uma fonte jorrando – é a água citada na letra. Agora, A imagem mais simples é a que dá maior significado ao contexto. O momento em que a jovem usa uma rosa para acordar o padre adormecido. A rosa é um símbolo clássico da declaração de amor, mas nesse momento ela se transforma na metáfora-chave do filme. Rapidamente a menina aperta a rosa entre suas mãos e as mãos do padre e a empurra em direção ao ventre dele. Eis as duas significações:
· “Fincar” a rosa no ventre é uma metáfora do ato sexual; conclui-se que a menina levou o seu jogo de sedução ao seu limite, tendo relações com o padre;
· Mas o mesmo gesto pode representar uma faca sendo enfiada em alguém; ou seja, após seduzi-lo, a moça revela ao padre seu intento de fazê-lo cometer o crime.

O clipe possui alguns flashbacks, em especial os seis padres (interpretados pelos seis integrantes da banda) reunidos para se autoflagelarem. Até meados do século XIX era comum religiosos controlarem seus instintos através de flagelos.
O uso das cores é proposital: sabendo que o vermelho representa a paixão, conclui-se que o que se valoriza é o fato da paixão ter como característica a intensidade, a inconseqüência e a instabilidade, elementos constantes no desenrolar da história.
O poema de Goethe se relaciona com as duas metáforas: o padre deseja a moça, mas acaba sendo ferido pelos espinhos da traição e da delação.


Trabalho em grupo; thanks para Monica, Náire e Rita.

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Veja o clipe aqui: http://www.youtube.com/watch?v=seL-fSCUjUY

1/12/2007

Relatos de viagem - parte 2

O bom de viajar para outros Estados é que temos noção de como é de fato a realidade do nosso Brasil. A rapidez com que se viaja de avião contrasta com a lentidão nos aeroportos - e olha que dei sorte de não ter viajado no ápice do caos aéreo que assolou o país no período de dezembro/janeiro - , o fato de estar numa região turística famosa contrasta com o péssimo estado das rodovias (contrastando tamb´´em com o absurdo que se paga de IPVA que, segundo dizem, é para financiar a manutenção das estradas...), a beleza das paisagens contrasta com cenas de pessoas fazendo o possível pra ter o básico em casa. Inclusive, como eu pude presenciar, vender artesanato quase de graça na beira do asfalto...


Isso é Brasil...

Relatos de viagem - parte 1



Como já comentei, comecei 2007 da melhor maneira possível: viajando. A trabalho, mas viajando. Em um só dia estive em 3 capitais: Belo Horizonte, São Paulo e Salvador, fazendo escalas pra chegar em Porto Seguro, para enfim chegar a Teixeira de Freitas e Itamaraju, cidades baianas onde estive auxiliando a equipe da Uniube a dar seminários nos cursos de licenciatura à distância dessas cidades.

Créditos das fotos: a primeira é uma foto de Salvador, tirada do avião, e a segunda, vista aérea de Sampa. E a última é uma imagem de Porto Seguro.

Retrospectiva 2006, ou: Mais um ano se passô-ou...

2006, 2006... o que dizer de tu, 2006?
Reviravoltas, início de uma nova faculdade, mudança de emprego e de cidade, novas pessoas, novas opiniões, novos amigos... muito trabalho, muita preocupação e incerteza, mas ao mesmo tempo alguns bons momentos bem aproveitados. Esse é o melhor resumo que posso fazer sobre o que 2006 foi para mim. E fica a esperança e o compromisso de tornar 2007 tão bom ou melhor quanto o ano que se foi...

P.s.: continuando o título: ... e eu nem sequer ouvi falar seu nome... hehehe...

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Rápida revisão de filmes que eu vi no fim de 2006:
- O grande truque: excelente, podem assistir. Elenco escolhido a dedo, história cheia de reviravoltas, final surpreendente. E tem o Hugh Jackman.
- Fonte da vida: melhor ainda, procurem na locadora. História meio confusa, mas prestando muuuuita atenção dá pra sacar a mensagem. Imagens lindas. E também tem o Hugh Jackman!
- Happy feet: hmm... bonzinho, bonitinho, fofinho. Mas as musiquinhas enjoam logo. Mesmo com o Hugh Jackman cantando.
- Pulse: idéia boa, roteiro ruim, filmeco de terror que não assusta. Veja se não tiver coisa melhor, mas não diga que não avisei... Vai ver que é ruim porque não tem o Hugh... hehe...
- Por água abaixo: animação legal, mas o melhor são as lesminhas cantando. Tem dublagem do Hugh Jackman... mas só passou no cinema a versão dublada...
- O segredo dos animais: é bem infantil, tem umas tiradas interessantes. Não, não tem o Hugh Jackman...

Retornando às atividades blogueiras...

Cof, cof, cof... nossa, quanta poeira! Também, terminei 2006 sem passar aqui e dar uma ajeitada na casa... mas tudo bem! Espero que quem estiver lendo esse blog (além de ti, Nanael! hehe...) tenha tido um feliz natal, uma boa passagem de ano - também conhecida pela malandragem como reveillon - e um ótimo 2007!!!!

Por aqui tudo bem, comecei 2007 da melhor forma possível... maiores explicações ao longo das postagens!!! Abraços a todos!!!