Oitava Colina

Blog nada a ver, só por distração...

11/25/2006

Será que ele era mesmo? – Uma análise sobre a biografia de Dener

Em primeiríssima mão - tanto que eu vou mandar pro professor só depois de postar aqui - o meu trabalho de Trep. O título do trabalho é o mesmo dessa postagem. Divirtam-se!!!!!

Um pequeno comentário a respeito de alguém que, como sempre dizia, era “um luuuuuxo!!!!”

A grande maioria das pessoas considera a moda e tudo o que gira em torno dela – sobretudo desfiles de modelos – como algo fútil. E, portanto, coisa de homossexual; isso se justifica pelo fato de muitos acharem que gays só se preocupam com a futilidade, em especial na área da moda. Daí o “rótulo” para qualquer estilista, ainda que muitos não sejam “entendidos”.
Na atualidade, temos no Brasil dois exemplos clássicos de estilista homossexual: Clodovil e Ronaldo Esper. Mas nem todos se lembram de um estilista anterior a esses: Dener (1936-1978). Pessoalmente, deste eu apenas conhecia uma citação de seu nome em uma crônica de Luis Fernando Veríssimo em que este questionava a homossexualidade na televisão; mas não sabia que Dener teve um impacto considerável na moda e na sociedade classe A dos anos sessenta e setenta.
O fato é que desde sua morte Dener caiu no esquecimento. Somente em 1998 foi lançada uma biografia a seu respeito, e é através dela que irei fazer uma análise sobre esse personagem tão intrigante. Bordado da fama – Uma biografia de Dener, de autoria de Carlos Dória e lançada pela Editora Senac de São Paulo, é uma leitura que faz um apanhado de como eram os grandes eventos de moda dos anos sessenta e setenta, além de traçar um perfil de Dener, que se lançou no estrelato ao se tornar o estilista pessoal da primeira-dama Maria Teresa Goulart, no início dos anos sessenta. Antes disso, ele desenhava para a Casa Canadá, considerada o ponto de referência da alta costura brasileira de então.

Excêntrico, perfeccionista, de temperamento forte e extremamente crítico quanto a seu trabalho, além de ter uma língua afiada para falar de moda e de pessoas, Dener era uma figura inconfundível. Nascido Dener Pamplona de Abreu, no Pará, vinha de uma família riquíssima e culta, e passou anos estudando moda na Europa e conhecendo os trabalhos dos grandes estilistas dos anos quarenta e cinqüenta como Balenciaga (considerado por Dener como o papa da moda) e Valentino. Através dessa trajetória, explica-se o interesse obsessivo de Dener pelo luxo, pelo clássico e pelo elegante; desprezava as “novas-ricas” que se enchiam de roupas estranhas e jóias exageradas para parecerem elegantes, odiava o prêt-à-porter (que caracteriza os desfiles e coleções de moda atuais), e considerava o jeans como “a falência do bom gosto”. Como se nota, ele teria chiliques ao ver as roupas de hoje; a especialidade de Dener era os vestidos longos, os blazers, os chemisiers (camisa-vestido, muito comum nos anos sessenta), as roupas sociais ao mesmo tempo simples e elegantes.
E em sua vida pessoal, será que ele era tão exigente, aliás, será que ele era, como dizia a velha marchinha carnavalesca? Beeeem... aí entramos num impasse. Embora fosse abominado pelos maridos de suas clientes e perseguido pela censura televisiva (pausa rápida: Dener foi jurado do programa de Flávio Cavalcanti, um popular programa de auditório em meados dos anos setenta) pelos seus trejeitos, roupas “delicadas” (sabe, de seda pura, babados, coisas bem masculinas...hihi) e sua vozinha fina – ou seja, mais gay impossível –, a partir do momento em que se conhece bem sua história, fica um tanto confuso estabelecer, logo de cara, um “rótulo”. Explica-se pelos motivos a seguir... vamos lá?
Dener tinha fama de bicha, até aí tudo bem. Mas a sociedade que o conhecia ficou “bege” quando soube do anúncio de que ele iria se casar. E com uma mulher. Aliás, uma menina: a bela e rica Maria Stella Splendore era apenas uma colegial de dezesseis anos quando conheceu Dener e bateu o pé que ele era o homem (sic... hehe...) com quem queria se casar. A família tradicional da moça teve um surto: um estilista, um homossexual! Mas no fim permitiram o enlace, talvez por dois motivos: primeiro, porque Dener, fosse o que fosse, era rico e de família nobre; segundo, porque, mais cedo ou mais tarde, Maria Stella veria o tamanho da “furada” em que estava prestes a se meter.
O que houve de fato na vida a dois do casal é ainda uma incógnita – visto que fofoqueiros de colunas sociais existiam, mas eles ainda não eram tão insistentes e minuciosos como os atuais – mas o fato é que o casamento durou quatro anos e gerou dois filhos – Frederico e Maria Leopoldina. Maria Stella lançaria alguns anos mais tarde uma autobiografia em que acusa Dener de lhe estragar a juventude, mas não fala nada a respeito da suposta homossexualidade dele, o que é de se refletir. Em suma, Dener agiu como um heterossexual normal ao se casar e ter filhos, mesmo com uma considerável torcida achando isso meio surreal.
Ao final dessa história houve quem achasse que, agora sim, Dener revelaria seu lado mais “alegre” – tanto é que passou a ser visto em companhia de seu mais recente manequim, um mulato bem apessoado – mas houve uma segunda surpresa: em 1975 Dener se casou novamente, com a socialite Vera Helena de Carvalho, uma bela mulher de olhos e cabelos claros. O casamento durou até 78, ano de sua morte, e não houve especulações sobre como foi a vida íntima do casal. Ponto para a privacidade de Dener, ainda que a imprensa “jogasse verde” fazendo insinuações e comentários sobre a sua conduta.
Diante de tudo isso, o que pensar? Dener era hetero? Era gay? Era bi? Ou nenhuma das alternativas? Através da sua biografia, o que eu pude concluir foi o seguinte: ele foi alguém super fanático pelo seu trabalho (tanto que isso foi uma das causas dos fracassos nos dois casamentos). A moda para ele era tudo; e para essa paixão – superior ao carinho pelos filhos e à paixão sentida nos curtos relacionamentos com suas esposas – valia tudo. Inclusive criar um tipo: o do estilista “afrescalhado” que conhece o que a mulher rica e de bom gosto deseja e precisa; mas que sabe que precisa ser menos homem para não despertar o ciúme dos maridos de suas clientes, que são os fornecedores dos cheques que garantem seu estilo de vida requintado. Vide algumas frases proferidas por ele:

Eu estava decidido a inventar a moda brasileira, sabia que podia e não me faltava o talento de figurinista.
Devo muito à Casa Canadá que foi minha primeira escola. Até os 17 anos aprendi ali os grandes segredos da alta-costura, aprendi a diferença entre ser vedete e ser vulgar, aprendi a viver, usando a força, para fazer o que me desse na veneta.
O que eu pude fazer para chocar e chamar a atenção eu fiz.
Há uma diferença grande entre mulher bem vestida, mulher chique e mulher elegante. Agora criei uma nova categoria: a mulher luxo.
Mulher luxo: quando aparece no salão, todos sabem que alguém chegou e não é a governante!
Uma mulher luxo não lança, ela consagra a moda lançada pelas elegantes.
Como o brasileiro adora novidade e é vaidosíssimo, o resultado de sua melhora de vida são roupas mais caras.
A alta costura é o laboratório da moda de um país. A alta costura inspira os modelos, mexe a engrenagem de todo o mundo da moda, lança padrões, estilos. Nenhum país tem moda própria, se não tiver uma excelente alta costura.
O brasileiro só não compra roupas caras, se não tiver dinheiro. Fica sem comer, mas está pagando a prestação de suas camisas e dos vestidos da mulher. Quando não tem dinheiro, está doido para ter...para comprar roupas.


Assim, ao criar a imagem que fez de si, Dener agradou a gregos e troianos. Se teve mesmo algum relacionamento homossexual? Quem sabe... ele era do tipo que queria viver, e viver bem. Sua morte por cirrose (os desgostos por que passou fizeram-no um alcoólatra), prematura e em um momento de falência financeira e esquecimento do público foi algo desolador e triste, para quem gostava de aproveitar ao máximo os bons momentos e dizia que sua missão nesse mundo era a de trazer luz para as pessoas. Talvez sua vida tenha sido isso: um meteoro que passou rápido demais, mas que deixou um rastro luminoso que insiste em não querer ser apagado.
Quanto a seu comportamento propositalmente afetado nos meios de comunicação, sobretudo na televisão, pode-se refletir que, ao fazer isso, Dener estava fazendo uma caricatura de si mesmo, e não dos homossexuais, como vemos muito em programas humorísticos de hoje, que criam estereótipos, fazem troças, mas não incentivam nenhum respeito a quem decidiu ser diferente. E, indiferente ao fato dele ser ou não ser homossexual, acredito que a sua missão no mundo da moda em especial foi trazer o requinte e a simplicidade no vestir, e a disciplina à profissão de modelo, num tempo em que não era preciso morrer – literalmente – para atingir o padrão ideal de beleza...

Aulas número... ah, deixa pra lá...

Perdi a conta das aulas de fundamentos, oh que calamidade. Mas penso que isso não é problema, afinal o ano está acabando, o semestre está terminando e a turma toda se descabelando pra conseguir passar de período. Ou seja, se o comentário sobre as aulas do André não estiverem lá uma Brastemp (lembram dessa?), é por bons e sérios motivos.
Deixando de lado a embromation, as aulas de segunda e terça foram meio atrapalhadas, devido ao fato de alguns alunos estarem organizando um trabalho de Criatividade. Mas no fim parece que tudo se resolveu e pudemos falar um pouco mais sobre cultura e afins. Bem, por enquanto é só isso.

11/19/2006

Drops de novembro

Muito bem... após uma semana de palestras e que tais, as aulas voltaram ao normal (e que normal). Vou fazer um pequeno resumo dessa primeira quinzena de novembro...
- Semana da comunicação: gerou muito o que falar na semana seguinte; metade adorou e metade achou perda de tempo. E olha que nem todo mundo estava lá. Ah, sim, a classificação do último dia da Com5: médio (foi a palestra que mais deu discussão).
- Reposição no sábado: uns 3 por cento da turma (ou menos) esteve presente. Que coisa...
- Prova do Enade no domingo: ai... nem me lembre. Das 32 questões objetivas acertei 17. Sem comentários quanto às questões discursivas. 60 por cento da prova era sobre Publicidade, 40 por cento sobre Jornalismo, fico pensando como o povo das Relações Públicas se virou... Nível das questões o mesmo para a turma do segundo e do último semestre (muuuuuuito justo, na minha opinião).
- Segunda e terça: aulas de Fundamentos da Comunicação. Sinto muito falar desse jeito: mais uma vez o André falou mais do mesmo, sobre antipropagandas (ou coisa parecida) e um trabalhinho que teremos de fazer.
- Quarta: feriado. Um filminho bem adocicado pra passar o tempo (A casa do lago) e só.
- Quinta: prova. No coment.
- Sexta: aula de Trep, com continuação dos seminários sobre jornalismo literário.

Bem... só tudo isso. Até!!!!!

11/10/2006

Semana da Comunicação

Well, well... nesta semana, conforme eu já tinha explicado, não houve aula, e sim uma série de atividades - algumas interessantes, outras nem tanto - no evento chamado de Semana da Comunicação - ou COM5, se preferirem.
Na segunda foi a abertura com palestra de uma representante da Vale do Rio Doce (chata), na terça o Festival do Minuto (ótimo), na quarta um Fórum de Jornalismo com alguns representantes da imprensa local (médio), ontem foi uma apresentação sobre o Haiti (ótima), e daqui a pouco estarei assistindo a um encontro de egressos do Jornalismo (sem comentários por enquanto...).
Enfim... é isso. Semana que vem, teremos nossa programação normal. Até!!!!!

11/02/2006

Sobre mortos e livros

Hoje é feriado, dia de finados. Dia de relembrar aqueles que se foram, e que, pelo menos em tese, não devem ser esquecidos.
Por que o "pelo menos em tese"? Ora, porque mais inexplicável que a morte é a vida, em especial certas atitudes de muitos vivos; enquanto pessoas são choradas e idolatradas ao extremo, chegando ao ponto de terem seus túmulos transformados em monumentos, outras são simplesmente esquecidas. Sim, esquecidas. Vou dar um pequeno exemplo... no cemitério da minha cidade, podemos ver muitos túmulos arrumados, lavados, com flores e velas frescas, sinais de que alguém esteve ali para honrar a memória de seu ente falecido. Por outro lado... é triste ver que alguns sepulcros - sejam eles de mármore puro ou meras valas que mais se parecem montes de terra - estão quebrados, com as letras apagadas, com flores de plástico desbotadas, sujos. Sem ninguém. Sem nenhuma oração, nem vela, nem sombra de reconhecimento.
Alguns sobrenomes são conhecidos, outros não. Sempre me interessei em ver alguns túmulos onde foram sepultadas crianças - algumas recém nascidas - , túmulos estes ornamentados com anjinhos e flores de pedra. No entanto, sem ninguém. Entretanto, reconheço que, a julgar pelas datas, não deve ter sobrado mais ninguém daquelas famílias para contar a história desses "inocentes" (aproveitando-se de uma expressão bem antiga) que se foram antes de ser alguém. Triste... quem sabe se essas crianças não teriam se tornado pessoas importantes, não é?
Por outro lado, é o túmulo de uma criança falecida precocemente que é o mais visitado nesse cemitério, e é fácil de reconhecê-lo pela quantidade de brinquedos, doces, bilhetes e velas que nele são colocados. É onde repousa a Menina do Circo. Ninguém nunca procurou saber o nome dessa menina que veio para a cidade com a caravana de um circo, mais ou menos no início dos anos 80. Ela morreu por causa de um incêndio na barraca em que dormia (ou vazamento de gás, a causa da morte também nunca foi devidamente explicada), foi sepultada, o circo foi embora e o túmulo abandonado de repente virou alvo do imaginário popular. De vez em quando são celebradas missas pela Menina do Circo, que assim ficou conhecida.
Em todas as cidades devem haver casos como este, E também devem existir muitos túmulos sem ninguém. Portanto, nesse Finados, lembremos dos nossos mortos conhecidos, mas também não deixemos de dedicar um minuto de reflexão sobre aqueles que já se foram mas ninguém percebeu.

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E pra completar o assunto...

Aqui está uma lista de algumas pessoas que escreveram livros, dizendo o que fizeram e por que fizeram essas coisas:
John Dean, Henry Kissinger, Adolph Hitler, Caryl
Chessman, Jeb Magruder, Napolecto, Talleyrand, Disraeli,
Robert Zimmerman, também conhecido como Bob Dylan,
Locke, Charlton Heston, Errol Flynn, Aiatolá Khomeini,
Ghandhi, Charles Olson, Charles Colson, Um
Cavaleiro Vitoriano, Dr. X.
A maioria das pessoas acredita que Deus escreveu um Livro, ou Livros, dizendo o que fez e, pelo menos até certo
ponto, dizendo por que fez aquelas coisas. Como a maior parte dessas pessoas acredita que os homens são feitos à imagem de
Deus, Ele também pode ser encarado como uma pessoa... ou, mais adequadamente falando, uma Pessoa.
E aqui está uma lista de pessoas que não escreveram livros dizendo o que fizeram... e o que viram:
O homem que enterrou Hitler, o homem que fez a autôpsia de John Wilkes Booth, o homem que embalsamou
Elvis Presley, o homem que embalsamou (e mal segundo a maioria dos agentes funerários) o Papa João XXIII, os papa-defuntos
que limparam Jonestown (carregando sacos com cadáveres, arpoando copos de papel com aqueles arpões que os
guardas usam nos parques públicos, enxotando as moscas), o homem que cremou William Holden, o homem que cobriu de
ouro o corpo de Alexandre, o Grande, para que ele não apodrecesse, os homens que mumificavam os fara6s.
A morte é um mistério, o sepultamento um segredo.

Cemitério de animais (Pet Cemetery), daquele que sabe como deixar um leitor de cabelo em pé: Stephen King.

Aulas 26 e 27, ou: Nada mais a dizer...

Bem, a aula de segunda foi, com o perdão da palavra, meio que perdida. Nada contra, mas trazer uma folha com um joguinho lógico da revista Coquetel não foi lá muito enriquecedor, entende? Pelo menos pra mim... espero que pelo menos o professor tenha visto alguma utilidade naquilo. Já a aula de terça foi ao ar livre - primeiro por causa de um imprevisto e segundo, penso eu, por causa do calor - e o professor e os alunos discutiram, mais uma vez, a respeito de cultura, televisão, diferenças entre ricos e pobres no que se refere a gostos de entretenimento, etc. Mais do mesmo. E é só.

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Enquanto isso, nas aulas de Trep... os seminários continuam, se bem que agora o professor inventou de a gente elaborar pautas relacionadas com temas sobre sexualidade... vamos ver no que isso vai dar. Ah, sim, na semana que vem (6 a 10 de novembro) haverá a Semana da Comunicação, e não haverá aulas, somente palestras. Se houver algo de destaque, posto aqui, combinado? Bye!!!